O medo é uma das emoções mais poderosas e universais que experimentamos. Ele pode se manifestar de diversas formas, desde uma leve ansiedade até um pavor paralisante. Mas você já parou para refletir sobre a verdadeira origem do medo? O que ele representa e como ele influencia nossa vida diária?
Neste artigo, exploramos a visão do renomado autor e professor espiritual Eckhart Tolle, extraída de seu livro ‘O Poder do Agora’. Tolle nos convida a entender o medo não apenas como uma reação a perigos imediatos, mas como uma doença psicológica que nos afasta do presente e nos prende a projeções mentais do futuro.
Abaixo, você encontra a narração completa do vídeo A Origem do Medo, que também está disponível em aúdio em nosso canal.
Ele traz insights profundos sobre esse tema. Além disso, complementamos o conteúdo com reflexões e práticas para ajudá-lo a superar o medo e viver com mais presença e paz interior.
A Origem do Medo: Uma Análise de Eckhart Tolle
Eckhart Tolle, em sua obra O Poder do Agora, nos oferece uma perspectiva única sobre o medo, diferenciando o medo instintivo do medo psicológico. Enquanto o primeiro é uma reação natural a perigos reais, o segundo é uma construção da mente que nos mantém presos à angústia e à ansiedade.
Aqui está de forma clara e profunda as ideias de Tolle:
A razão pela qual não colocamos a mão no fogo não é o medo, e sim a certeza de que vamos nos queimar. Não é preciso ter medo para evitar um perigo desnecessário, basta um mínimo de inteligência e bom senso. Nessas questões práticas, é muito útil aplicarmos as lições do passado. Mas se alguém nos ameaça com fogo ou com violência física, talvez experimentemos uma sensação como o medo. É uma reação instintiva ao perigo, sem relação com a doença psicológica do medo que estamos tratando aqui. A doença psicológica do medo não está presa a qualquer perigo imediato concreto e verdadeiro. Manifesta-se de várias formas, tais como agitação, preocupação, ansiedade, nervosismo, tensão, pavor, fobia, etc.
Esse tipo de medo psicológico é sempre de alguma coisa que poderá acontecer, não de alguma coisa que está acontecendo neste momento. Você está aqui e agora, ao passo que a sua mente está no futuro. Essa situação cria um espaço de angústia. E caso estejam identificados com as nossas mentes e tivermos perdido o contato com o poder e a simplicidade do Agora, essa angústia será a nossa companhia constante. Podemos sempre lidar com uma situação no momento em que ela se apresenta, mas não podemos lidar com algo que é apenas uma projeção mental. Não podemos lidar com o futuro.
Além do mais, enquanto estivermos identificados com a mente, o ego rege as nossas vidas, como mencionei anteriormente. Por conta da sua natureza ilusória e apesar dos elaborados mecanismos de defesa, o ego é muito vulnerável e inseguro e vê a si mesmo em constante ameaça. Esse é o caso aqui, mesmo que o ego seja muito confiante, em sua forma externa. Agora, lembre-se que uma emoção é a reação do corpo à mente. Que mensagem o corpo está recebendo permanentemente do ego, o falso eu interior construído pela mente? Perigo, estou sob ameaça. E qual é a emoção gerada por essa mensagem permanente? Medo, é claro.
O medo parece ter várias causas – tememos perder, falhar, nos machucar -, mas em última análise todos os medos se resumem a um só: o medo que o ego tem da morte e da destruição. Para o ego, a morte está bem ali na esquina. No estado de identificação com a mente, o medo da morte afeta cada aspecto da nossa vida. Por exemplo, mesmo uma coisa aparentemente trivial ou ‘normal’, como a necessidade de estar certo em um argumento e demonstrar à outra pessoa que ela está errada, defendendo a posição mental com a qual nos identificamos, acontece por causa do medo da morte.
Se estivermos identificados com uma atitude mental e descobrirmos que estamos errados, nosso sentido de eu interior baseado na mente corre um sério risco de destruição. Portanto, assim como o ego, você não pode errar. Errar é morrer. Muitas guerras foram disputadas por causa disso e inúmeros relacionamentos foram destruídos.
Uma vez que não estejamos mais identificados com a mente, não faz a menor diferença para o nosso eu interior estarmos certos ou errados. Assim, a necessidade compulsiva e profundamente inconsciente de ter sempre razão – o que é uma forma de violência – vai desaparecer. Você poderá declarar de modo calmo e firme como se sente ou o que pensa a respeito de algum assunto, mas sem agressividade ou qualquer sentido de defesa. O sentido do eu interior passa a se originar de um lugar profundo e verdadeiro dentro de você, não mais de sua mente.
Tenha cuidado com qualquer tipo de defesa dentro de você. Está se defendendo de quê? De identidade ilusória, de uma imagem em sua mente, de uma identidade fictícia? Ao trazer esse padrão à consciência, ao testemunhá-lo, você deixa de se identificar com ele. Sob a luz da consciência, o padrão de inconsciência irá se dissolver rapidamente. Esse é o fim de todos os argumentos e jogos de poder, tão prejudiciais aos relacionamentos. O poder sobre os outros é fraqueza disfarçada de força. O verdadeiro poder é interior e está à sua disposição agora.
O medo será uma companhia constante para qualquer pessoa que esteja identificada com a mente e, portanto, desconectada do seu verdadeiro poder, o eu profundo enraizado no Ser. O número de pessoas que conseguiram alcançar o ponto além da mente ainda é extremamente pequeno, o que nos leva a presumir que, virtualmente, todas as pessoas que você encontra ou conhece vivem em um estado permanente de medo. Só o que varia é a intensidade. Ele flutua entre a ansiedade e o pavor numa ponta da escala e um desconfortável, vago e distante sentido de ameaça na outra. Muitas pessoas só tomam consciência disso quando o medo assume uma de suas formas mais agudas.
BUSCA DO EGO PELA PLENITUDE
Um outro aspecto do sofrimento emocional é uma profunda sensação de falta, de incompletude, de não se sentir inteiro. Em algumas pessoas isso é consciente, em outras, não. Quando está consciente, a pessoa tem uma sensação inquietante de que não é respeitada ou boa o bastante. Na forma inconsciente, essa sensação se manifesta indiretamente como um anseio, uma necessidade ou uma carência intensa. Em ambos os casos, as pessoas podem acabar buscando compulsivamente uma forma de gratificar o ego e preencher o buraco que sentem por dentro. Assim, empenham-se em possuir propriedades, dinheiro, sucesso, poder, reconhecimento ou um relacionamento especial, para se sentirem melhor e mais completas. Porém, mesmo quando conseguem todas essas coisas, percebem que o buraco ainda está ali e não tem fundo. As pessoas veem, então, que estão realmente em apuros, porque não podem mais se enganar. Na verdade, elas continuam tentando agir como antes, mas isso se torna cada vez mais difícil.
Enquanto o ego dirige a nossa vida, não conseguimos nos sentir à vontade, em paz ou completos, exceto por breves períodos, quando acabamos de ter um desejo satisfeito. O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você.
Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio? Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte se aproximar. Morte significa um despojar-se de tudo o que não é você. O segredo da vida é ‘morrer antes que você morra’ – e descobrir que não existe morte.’
Como Superar o Medo e Viver no Agora
A partir das reflexões de Eckhart Tolle, podemos extrair práticas poderosas para superar o medo e viver com mais presença:
- Pratique a Consciência do Agora: Traga sua atenção para o momento presente, observando sua respiração, sensações corporais ou sons ao seu redor.
- Identifique os Gatilhos do Medo: Observe quando o medo surge e questione se ele está relacionado a um perigo real ou a uma projeção mental.
- Desidentifique-se do Ego: Reconheça que sua verdadeira essência vai além das identificações com bens materiais, status ou opiniões alheias.
- Aceite a Impermanência: Entenda que tudo na vida é transitório e que a verdadeira paz vem da conexão com o Ser, não com o ego.
Conclusão
O medo é uma emoção natural, mas quando se torna uma doença psicológica, ele nos afasta da paz e da plenitude do momento presente. Ao compreender a origem do medo, como propõe Eckhart Tolle, podemos começar a nos libertar de suas amarras e viver com mais consciência, amor e presença.
Lembre-se de que o verdadeiro poder está dentro de você, no Agora. Comece hoje mesmo a praticar a atenção plena e a desidentificação do ego, e observe como sua vida se transforma.
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Por Jonas Zhang
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