Tristeza ou Depressão? Entenda as Diferenças e Saiba Como Identificar

Não é normal uma pessoa “viver” uma rotina se sentindo triste. Somos seres formados por sentimentos, desejos e emoções, e muitas vezes, é natural sentir-se para baixo, triste ou deprimido, seja por carência, saudade, perda de alguém especial ou qualquer outra coisa que não foi alcançada da forma que se esperava.

Esses momentos de “tristeza” temporária são importantes para nos avaliarmos, mudar o foco, acreditar mais em nós mesmos e melhorar o que deu errado. São ótimos momentos de reflexão. Todos passam por isso ou precisam ter aquele momento “sozinho” para pensar. A tristeza é algo que todos já sentiram na “pele”, seja por algo que não conseguimos ou pelos motivos citados acima. Porém, se todos os dias você se sente triste, não quer saber de nada e muito menos viver, não querendo progredir em relação ao fracasso, provavelmente você esteja com depressão.

A depressão não é um simples sentimento, é uma doença e deve ser tratada de imediato. Ela atinge grande parte da população, inclusive crianças e idosos. Percebe-se e nota-se que o indivíduo esteja com depressão se esses sintomas de tristeza constante ultrapassarem duas ou mais semanas sem nenhuma melhora no humor.

Uma das maiores dificuldades é encontrar apoio, principalmente tratando-se de uma criança, a qual, para muitos pais, não passa de “frescura” ou “besteira”. É algo anormal e psicológico que, se não for tratado, pode agravar e, em últimos casos, levar à morte.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO?

Existem vários fatores e sintomas que podem ser confundidos com outros, tais como apenas tristeza, indiferença e baixa autoestima. A lista abaixo segue um dos principais.

MUDANÇA NO HUMOR

Um dos principais sinais é a mudança no humor. A pessoa que possivelmente esteja com depressão irá mudar seu humor drasticamente, ficando triste, sentindo indiferença e desânimo em relação a muitas coisas ou a tudo. Ela se sente infeliz e incapaz de realizar qualquer coisa, tendendo a chorar com frequência, por qualquer motivo.

MUDANÇA NO APETITE

A pessoa não sente mais aquele desejo de se alimentar, muito menos vontade de comer, e questiona o porquê serve a comida. Em outros casos, pode ter uma vontade intensa de comer excessivamente e consumir açúcar.

MUDANÇA NO PESO

Devido à baixa autoestima e mudança no apetite, a pessoa tende a perder peso ou aumentá-lo exageradamente.

PROBLEMAS NO SONO

A pessoa tende a não conseguir dormir direito, tem insônia ou, ao contrário, dorme em excesso, ficando horas na cama. Seu único lugar é a cama, e não sente vontade de se levantar, comer ou fazer coisas que antes eram normais ou rotineiras, como escovar os dentes. Tudo perde a graça.

PERDA DO INTERESSE POR ALGO PRAZEROSO

A pessoa perde o interesse por atividades que antes eram prazerosas e significativas para ela. Por exemplo, gostava de sair e ir ao parque, mas agora, se é convidada para ir a algum lugar, não sente ânimo e desejo, mostrando desinteresse. Pode perder o interesse parcial ou total pela relação sexual.

CANSAÇO EXCESSIVO

A pessoa se sente completamente cansada, sem força ou vontade de nada, como se tivesse ficado noites em claro. Pode dormir e, ao acordar, ainda se sentir cansada. O cansaço faz parte da vida de um depressivo, motivo pelo qual se mostra desinteressado por qualquer coisa, por se sentir incapaz. Atividades simples, como levantar da cama ou trocar de roupa, tornam-se algo cansativo.

DESEJO DA PRÓPRIA MORTE

Seus pensamentos ficam focados na sensação de indiferença, em pensamentos negativos, planos e mais planos para deixar esta vida. Sente que ninguém irá notar sua falta (este é o principal motivo). Sua mente é voltada para o suicídio, com pensamentos como:

• “Ninguém gosta de mim. Para que vou viver?”
• “Sou um inútil! Não faço nada certo! Para que continuar?”
• “Meus pais têm razão, não faço nada, é melhor morrer…”

DESEJO DE MUDAR SEM RESULTADO

Este talvez seja a parte mais triste de uma pessoa com depressão, porque muitas vezes ela compreende que está passando por um problema e quer mudar, mas não consegue. Não é só falar “vou ficar bom” que irá ajudar. Muitas pessoas têm desejo de fazer algo, até planejam, mas não conseguem. Podem, por exemplo, dizer:

• “Amanhã será diferente, vou levantar e arrumar meu quarto.”
  Mas no dia seguinte, mal acordam e não querem levantar da cama, mesmo lembrando dos planos, sentem uma agonia, tristeza e preferem permanecer na cama, dormindo.

QUERER DORMIR PARA SONHAR

Quando a pessoa não consegue ter uma vida “normal”, não consegue fazer seus planos saírem do papel e muito menos tem amigos, pois estes tendem a ignorá-la por achar “besteiras” ou a evitam por ela se negar a fazer coisas juntas. O depressivo vai querer viver apenas a vida dos sonhos, pois é no sonho que ela terá uma vida plena, amigos, fará o que gosta e se divertirá. Muitas vezes, tem sonhos desconexos, mas que se tornam um jogo, uma aventura. Quando acorda, é só a vida chata, sem graça, com a sombra da depressão a segurando e sugando suas energias.

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

Antes de tudo, não se deve se desesperar por estar passando por tais sintomas, como os citados acima. Algumas vezes, temos momentos em que passamos e sentimos tudo isso, como a perda de um ente querido, por exemplo.

O tratamento é especialmente feito por profissionais altamente qualificados, como psiquiatras e psicólogos, que devem acompanhar o rendimento e as melhoras do depressivo. Inclui também a ajuda de parentes e familiares para ajudar o indivíduo a mudar os pensamentos negativos e a forma de interpretar a vida.

O uso de medicamentos para reduzir a tristeza e os choros (antidepressivos) é comum. Alguns podem ter uma melhora dentro de 2 semanas, enquanto outros, dependendo da situação, podem levar entre 5 meses e anos. Por isso, não se deve descartar a doença e sempre procurar um médico para medir e começar o tratamento em caso de tristeza constante há mais de 1 semana.

O QUE NÃO FAZER

Não se deve julgar uma pessoa que esteja passando por este mal, muito menos cobrar explicações ou querer saber o porquê age assim, pois ela está passando por um problema no qual se sente presa e insegura para falar. Talvez seja algo pessoal, motivo pelo qual deve ser acompanhada por profissionais que saberão como agir.

Não se deve comparar com outras pessoas, dizendo, por exemplo:

• “Meu tio também tinha depressão e sei como é, ele estava muito mal e até tentou se matar.”
• “Minha amiga tinha depressão, ela se cortava por coisas bestas, mas você não é assim, vai melhorar.”

Lembre-se: A depressão não é um sentimento, é uma doença. Quanto mais cedo o tratamento, mais eficaz e rápidas serão as melhoras do paciente. Eleve a autoestima, pratique afirmações e acredite que sim, você pode se livrar desta sombra, que, no final, é apenas um ponto preto em meio a um enorme fundo branco.

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Por Jonas Zhang